Colecção Horizonte nº 1,
[S.l.]: Horizonte, (1948).
88 p : il ; 18 cm - Brochado.
Pequenas falhas na lombada; miolo amarelecido devido ao tipo de papel.
Bom exemplar e muito invulgar.
1ª edição
€20.00
Iva e portes incluídos.
«(...) Como António Pedro refere na sua Introdução a uma história da arte, génese e características do fenómeno estético (IHA) (1948), o artista vive a sua frágil existência na intemporalidade do “complexo espantoso da vida universal”, do qual participam igualmente a natureza, os animais e as coisas. A vontade de “perceber e expressar o espírito das coisas” conduz naturalmente à contemplação e desta à permutação que chega a ser quase física: “Nelas nos reflectimos, e, ao darmo-nos a elas, moldamos até o nosso corpo às suas formas exteriores.” Este processo, que António Pedro define como simpatia simbólica, permite ao artista “multiplicar-se e desdobrar-se nas coisas que o cercam, eternizando-se com elas”. A Natureza representa assim a perenidade do tempo, mas também a possibilidade transformativa e eterna através da “metempsicose de si próprio que a contemplação dela lhe permite” (54-55). Vale a pena transcrever uma importante passagem da concepção estética de António Pedro relacionada com este ponto:
Aquela árvore é anterior à sua existência e continuará porventura depois de si. Torce, noentanto, os braços com os seus ramos e sente-se florir como um sorriso. Aquele pego está ali
desde o princípio do mundo. Ensombrou-se com ele [o Artista ou simples espectador], noentanto, ao cair da tarde e adivinhou nele a sua melancolia. Se a natureza é, por um lado, amorte de que se defende, é, por outro, a única eternidade que lhe é tangível. Por isso lheapetece. (IHA 55-56)»
In: ESTRATÉGIAS DE DEFORMAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO EMAPENAS UMA NARRATIVA, por Bruno Silva Rodrigues.http://www2.let.uu.nl/solis/PSC/P/PVOLUMEFIVEPAPERS/P5SilvaRodrigues.pdf