SERAM POLITICO, ABUSO EMENDADO, DIVIDIDO EM TRES NOYTES PARA DIVERTIMENTO DOS CURIOSOS... / POR FELIX DA CASTANHEYRA TURACEM
Santa Catarina, Lucas de
- SERAM POLITICO, ABUSO EMENDADO, DIVIDIDO EM TRES NOYTES PARA DIVERTIMENTO DOS CURIOSOS... / POR FELIX DA CASTANHEYRA TURACEM,
Lisboa Occidental: Na Officina de Bernardo da Costa, 1723.
[24], 330 p. ; 20,5 cm.
Encadernação em pergaminho; atilhos partidos; antiga assinatura de posse no frontispício; trabalho marginal de insectos xilófagos, de reduzida dimensão, entre as páginas 169-190, sem atingir as letras; desta zona para trás e para a frente tem um pequeno furo que vai reduzindo de forma gradual; última página da guarda com duas linhas manuscritas antigas; miolo limpo.
Bom exemplar.
Raro.
2ª edição
€137.50
Iva e portes incluídos.
(...) Frei Lucas de Santa Catarina nasceu em Lisboa no ano de 1660 e morreu oitenta anos depois na mesma cidade. O longo período vivido por este autor fará dele um homem de muitas experiências e um rico testemunho da época. Filho de Paschoa de Mesa e de Manoel de Andrade Barreto, professou, a 20 de Abril de 1680, na Ordem dos Pregadores, sita no Real Convento de Benfica.Sucedeu a Frei Luís de Sousa como cronista da sua província, deixando-nos a Quarta Parte da História de S. Domingos Particular do Reino e Conquistas de Portugal. É apontado como Revisor do Santo Ofício, mas esta teoria merece alguma contestação. Foi membro fundador da Academia Real da História Portuguesa, pela qual foi incumbido de escrever em língua portuguesa as memórias para a História de Malta, tendo optado, em jeito de introdução, por abordar as memórias dos Templários, facto que lhe valeu uma advertência, pois essa tarefa tinha sido atribuída a um seu confrade.Diogo Barbosa Machado dá informações detalhadas sobre a produção de Frei Lucas enquanto membro da Academia, cujos trabalhos foram publicados na Coleção dos Documentos, Estatutos e Memórias da Academia Real da História Portuguesa.Mas, apesar de admitir que «foy feliz a sua Musa» na matéria jocosa, faz uma selecção e apresenta essencialmente a sua produção religiosa. Inocêncio Francisco da Silva, no seu Diccionario Bibliographico Portuguez, enumera as obras de Frei Lucas que aparecem referidas no Catálogo da Academia, como o Serão Politico, que conheceu duas edições, uma em 1704 e outra de 1723, ambas publicadas em Lisboa sob o pseudónimo anagramático de Felis da Castanheira Turacen, refere ainda um auto em verso, Oriente ilustrado, primícias gentílicas, não incluído no referido catálogo, mas com o mesmo pseudónimo. Informa, ainda, que «escrevera muitas mais, tanto em prosa quanto em verso, as quaes ficarão ineditas, e provavelmente já não se imprimirão», alude ao Parnaso Jocoserio, «que consta de farças, lôas, entremezes, etc.», e, também, à suposta actividade de Frei Lucas enquanto «collector e editor» do Anatomico jocoso. Acerca desta obra, acrescenta ainda que as «peças conteúdas nos cinco tomos pertencem a vários autores; porém grande parte d’ellas é indubitavelmente de Fr. Lucas», pois o próprio as viu «colligidas e citadas em outros manuscriptos de miscellaneas d’aquelles tempos». (...)Adaptado de: Erudição e utilitas na Obra de Frei Lucas de Santa Catarina [1660-1740], Ana Cecília Machado da Costa, Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2007. https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/16211/2/erudicaoutilitis000078136.pdf