Pereira, Gaspar Martins,
Symington, Paul (apresent.); Zeller, João van (apresent.);
Barreto, António (pref.)
- RORIZ: história de uma quinta no coração do Douro,
[Porto]: Afrontamento; [Vila Nova de Gaia]: Symington Family Estates, 2011.
446 p., [48] p. il. : il. ; 24 cm - Brochado.
Bibliografia, p. 413-426
SINOPSE
Desde a presença romana até aos nossos dias, o livro cruza a vida da Quinta de Roriz com as famílias, a política e a economia do Douro e de Portugal, com a longa história dos vinhos do Douro e do Porto. Especialista da história da região duriense, o autor segue o percurso milenar da Quinta de Roriz, observando a passagem da agricultura tradicional de subsistência para a vitivinicultura moderna, os tempos de crise e de prosperidade, as novidades e as rotinas no ciclo da vinha, as relações entre a viticultura e o comércio de vinhos e a integração dos vinhos do Douro na economia mundial. E, simultaneamente, a construção e as vicissitudes da Região Demarcada, desde a época do Marquês de Pombal até aos tempos recentes, passando pelo conturbado desastre da filoxera, atravessando a crise comercial e as alterações institucionais do final da Monarquia e da Primeira República, o modelo corporativo da ditadura e as transformações rápidas das últimas décadas.
EXCERTOS
«A história da Quinta de Roriz, passando várias vezes de mãos e de destino, pertencendo a famílias locais, durienses, portuguesas e estrangeiras, é um bom exemplo do que pode ter acontecido tantas vezes. Numa região partilhada e dividida em milhares de parcelas e habitada por uma miríade de pequenos produtores, as quintas desempenharam desde cedo um papel decisivo, seja como centros de atracção e de estabilidade produtiva, seja como sítios de permanente troca entre produtores, produtos, trabalho e serviços. O fraco povoamento do Douro foi resultado de vários factores, desde as condições climáticas adversas à fraca produtividade dos solos. Mas também, mais tarde, pelas necessidades decorrentes do estabelecimento das vinhas, do aproveitamento dos solos e da organização da produção e do trabalho. Nesta permanente organização, as quintas do Douro foram os locais de ancoragem da produção económica local. Aldeias e vilas organizam a sociedade, geralmente longe do vale do rio Douro, mais nos altos e nos vales dos afluentes. Os solares dos nobres e fidalgos locais estão quase sempre localizados nas aldeias. Por sua vez, as quintas organizam a produção e a economia, em colaboração com os comerciantes de Gaia, do Porto e de Londres. A ponto de as grandes quintas terem também uma influência na vida das aldeias e das vilas. É nosso privilégio saber hoje como “funciona” uma quinta. Isto é, como a quinta resulta das estratégias de famílias e de grupos de empresas; mas também como a quinta impõe os seus interesses e contribui para a organização das famílias e das empresas. A história da Quinta de Roriz é uma história de quinta, certo. Mas é sobretudo uma história de gente. E uma história do Douro.»
António Barreto, do Prefácio
Exemplar novo.
1ª edição
€24.00
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