Marques, Carlos Vaz (dir..)
- GRANTA: Portugal,
Lisboa: Tinta-da-China, 2013-2017.
v.; il.; 21 cm - Brochado.
Revista semestral tendo iniciado a publicação em 2013.
Em 2018 inicia uma nova série com ligeira alteração na designação da revista "GRANTA: em língua portuguesa", que vai no número oito.
Com a primeira designação foram publicadas dez números entre 2013 e 2017.
Volume 1 - Eu
«A primeira pessoa do singular é o ponto de partida literário por excelência. Dele emerge, nos melhores casos, um olhar capaz de nos restituir o mundo a partir de um ponto de vista inaugural, permitindo-nos questionar e reavaliar não apenas o que nos rodeia e o que vemos, mas acima de tudo aquilo que somos.
É desse pressuposto que nasce a Granta e foi por isso óbvio para mim, desde o início, que o tema deste primeiro número seria o mais elementar dos pronomes pessoais, aquele a partir do qual tudo se constrói.
Dizemos "eu" a todo o momento, mesmo quando julgamos estar a enunciar verdades universais. Pediu-se aos autores portugueses que compõem este número inicial que interpretassem tão livremente quanto possível o mote que lhes foi proposto.» - do editorial de Carlos Vaz Marques
Sonetos inéditos de Fernando Pessoa.
Textos de Saul Bellow, Dulce Maria Cardoso, Hélia Correia, Afonso Cruz, Rachel Cusk, Ricardo Felner, Simon Gray, Ryszard Kapuscinski, Valter Hugo Mãe, Rui Cardoso Martins, Orhan Pamuk, Valério Romão.
Ensaio fotográfico de Daniel Blaufuks.
Ilustrações de Vera Tavares.
304 p.
Volume 2 - Poder
«O querer, o poder, se divididos são nada, juntos, e unidos são tudo. O querer sem o poder é fraco, o poder sem o querer é ocioso, e deste modo divididos são nada. Pelo contrário o querer com o poder é eficaz. o poder com o querer é activo, e deste modo juntos, e unidos são tudo.» — Padre António Vieira
Textos de: José Eduardo Agualusa, Miguel Esteves Cardoso, Hélia Correia, James Fenton, José Gardeazabal, Martha Gellhorn, Luísa Costa Gomes, Kazuo Ishiguro, Ana Teresa Pereira, Raquel Ribeiro, Salman Rushdie, Gonçalo M. Tavares.
Correspondência de Jorge de Sena e Carlos Drummond de Andrade.
Ensaio fotográfico de João Pina.
Ilustrações de Afonso Cruz.
304 p.
Todos temos uma história pessoal para contar a partir das casas que habitámos. Mas também a partir daquelas sobre as quais lemos e que imaginámos. É esse o desafio do terceiro número da Granta. «Os as casas as casas as casas / mudas testemunhas da vida». Celebremos as casas: casulos de memória onde se guardam ilusões que o tempo desfez, gestos que não se repetirão, fragmentos e ruínas do que fomos. Aquilo que somos.
Textos de: Ruy Belo, Mário de Carvalho, Alexandra Lucas Coelho, Hélia Correia, Siri Hustvedt, Ha Jin, Hilary Mantel, Susana Moreira Marques, Haruki Murakami, António Osório, Valério Romão, Paul Theroux, Teresa Veiga e Lina Wolff.
Fotonovela por Tiago Rodrigues e João Gambino.
Ensaio fotográfico de Luísa Ferreira.
Ilustrações de Alex Gozblau.
336 p.
Volume 4 - África
Neste número da Granta não se pretende de modo algum retratar África. O que aqui se apresenta são "partes de África". Pelo confronto entre os textos traduzidos da Granta de língua inglesa com os inéditos de autores de língua portuguesa escritos para esta edição é possível perceber de um modo muito agudo quão diverso é um continente tantas vezes tratado como entidade homogénea. Todos estes textos, todos estes autores são casos singulares. Nada disto é a África, tudo isto é África.
Inéditos de Ruy Duarte de Carvalho. Textos de: Chimamanda Ngozi Adichie, José Eduardo Agualusa, António Cabrita, Bruce Chatwin, Teju Cole, Hélia Correia, Mia Couto, Aminatta Forna, Nadine Gordimer, Sousa Jamba, Lídia Jorge, Sandro William Junqueira, Martin Kimani, José Tolentino Mendonça, Luís Carlos Patraquim, Taiye Selasi, B.inyavanga Wainaina.
Ensaio fotográfico de Délio Jasse.
Ilustrações de Alain Corbel.
352 p.
Volume 5 - Falhar Melhor
«Falhar melhor. O temperamento de cada um ditará se há na expressão de Beckett pessimismo, optimismo ou resignação. Ela é de tal modo poderosa, que corre o risco de vir a banalizar-se. Talvez já esteja à beira do lugar-comum. Dá bons títulos. É preciso voltar a lê-la no contexto em que nos foi oferecida pelo escritor irlandês em "Worstward Ho", um dos seus últimos trabalhos. "Tudo desde sempre. Nunca outra coisa. Nunca ter tentado. Nunca ter falhado. Não importa. Tentar outra vez. Falhar outra vez. Falhar melhor." O desafio lançado aos autores que fazem este número da Granta está contido na brecha aberta entre o optimismo e o pessimismo, entre a ideia de falhar e a perspectiva de aperfeiçoamento. Um salto sem rede.» — CVM
Textos de: Bruno Vieira Amaral, Rui Ângelo Araújo, Joana Bértholo, Cláudia Clemente, Jonathan Franzen, Paulo Varela Gomes, Howard Jacobson, Pedro Mexia, Herta Müller, Jacinto Lucas Pires, Simon Schama, Gore Vidal
Ensaio fotográfico de Patrícia Almeida e David-Alexandre Guéniot
Ilustrações de Catarina Sobral
Capa de Jorge Colombo.
240 p.
Volume 6 - Noite
«Sabe-se lá o que a noite propicia e proporciona. Perdi a conta ao número de vezes em que me foi garantido que de noite todos os gatos são pardos. Sobre tudo, podem escrever-se tratados objectivos e rigorosos, descritivos, científicos, indesmentíveis; ou: podem procurar-se elos ocultos, memórias soterradas, pequenas verdades íntimas. Na noite cabe tudo: o tangível e o imaginado, a insónia e o sono, o sonho e o pesadelo, o cansaço e o descanso, a boca que beija e a boca que morde, o isqueiro e a lâmina, o salto e o susto, a sombra e a sombra da sombra.» — CVM
Textos de: Alexandre Andrade, William Boyd, A.M. Pires Cabral, Matilde Campilho, Dulce Maria Cardoso, Mário Cláudio, José Riço Direitinho, Nuno Júdice, Robert Macfarlane, Jay McInerney, Antonia Pellegrino, Ana Teresa Pereira, Helen Simpson, Colin Thubron
Ensaio fotográfico de Jordi Burch..
Ilustrações de Rachel Caiano.
Capa de Jorge Colombo.
208 p.
Volume 7 - O Mundo é um Palco
«Foi a poesia, antes da psicanálise, que nos tornou conscientes desta perturbante verdade existencial: somos múltiplos, habitados por heróis e vilões que se digladiam em silêncio. O que não temos dentro de nós, experimentamo-lo por empréstimo. Ouvimos os outros, reais ou imaginários, para vivermos outras vidas, escapando momentaneamente à nossa. Somos grandes, contemos multidões. Somos, cada qual à sua maneira, depósitos de histórias verdadeiras e inventadas, mas também fabricantes de realidades fantasmáticas: sonhos, fantasias e alucinações.» — Carlos Vaz Marques
Textos de: Abel Barros Baptista, Julian Barnes, Mathias Énard, Luísa Costa Gomes, Alan Hollinhurst, Pico Iyer, Filipa Melo, Vítor Nogueira, Joseph O’Neill, Harold Pinter, Jacinto Lucas Pires, Patrícia Portela,
Tiago Rodrigues, Teresa Veiga
Ensaio fotográfico de Augusto Brázio
Ilustrações de Danuta Wojciechowska
Capa de Jorge Colombo
304 p.
Volume 8 - Medo
(Outubro 2016)
«Há no medo qualquer coisa de íntimo. Não é de se andar a exibir por aí, sem mais nem menos. Nunca confessaremos a ninguém todos os nossos medos. Nem a nós próprios. Alguns, de tão recônditos, manifestam-se por caminhos ínvios. São múltiplas as suas declinações. Condenados ao medo, é o que soubermos fazer dele que ditará o desastre ou a salvação. Como uma flor carnívora, o medo fascina e repugna.» — Carlos Vaz Marques
Textos de: Svetlana Alexievich, Clara Ferreira Alves, Ana Luísa Amaral, Alexandra Lucas Coelho, Rachel Cusk, Janine Di Giovanni, António Gregório, Robert Macfarlane, Pedro Rosa Mendes, Paulo Moura, Rosa Oliveira, Gustavo Pacheco, Valério Romão, Aman Sethi, Helena Vasconcelos
Ensaio fotográfico de Daniel Blaufuks
Ilustrações de João Fazenda
Capa de Jorge Colombo
264 p.
Volume 9 - Comer e Beber
(Maio 2017)
«Somos escravos da comida; escravos voluntários, é certo. Temos as nossas vidas organizadas em torno de rituais alimentares. Poderia traçar-se o retrato de cada um de nós a partir dos hábitos comensais, de acordo com as idiossincrasias e as diferentes circunstâncias de tempo e de lugar; uma biografia gastronómica, por assim dizer. A literatura já o faz há muito. Comer pode ser uma forma de redenção. E também, graças a deus, uma elaborada forma de pecar. Jorge Luis Borges imaginava o paraíso como uma espécie de biblioteca; se não for pedir muito, que seja uma biblioteca, de preferência, onde se possa comer e beber.» —CVM
Luís Afonso, Chez Hyppolite
Djaimilia Pereira de Almeida, Aula de culinária
André Carrilho, capa e ilustrações
Ana Margarida de Carvalho, Última ceia
Juan Cavia, Sleepwalk
Alexandra Prado Coelho, Bolos entre ruínas
Giles Foden, O banquete do Idi
Sousa Jamba, Açúcar no sangue
Mieko Kawakami, Sobre ela e as memórias que lhe pertence
Tatiana Salem Levy, Azeitona verde
Adília Lopes, Come chocolates, pequena
Filipe Melo, Sleepwalk
José Tolentino Mendonça, Notas para a minha autobiografia aliment
David Mitchell, Variações sobre um tema no Mister Donut
Ricardo J. Rodrigues, Então a carne
Richard Zimler, A pior refeição da minha vida
Graham Swift, O talhante de Bermondsey
Volume 10 - Revoluções
(Outubro 2017)
«A minha memória da revolução é pueril: um grito ao amanhecer anunciando guerra em Lisboa entrelaçado com a promessa de que acabou o tempo das reguadas e com uma aula de canto coral. A imagem que me ocorre não tem cravos vermelhos no cano das metralhadoras. Não é também a dos sans-cullote a avançarem sobre a Bastilha, nem a do assalto ao Palácio de Inverno, reconstituído por Eisenstein. Essas são revoluções sem nada de pueril. Foram feitas de sangue e fúria. Talvez também de sonhos, mas é frequente os anseios revolucionários envelhecerem mal. Nesta Granta, evocando o centenário da Revolução Russa, revisitamos sonhos e pesadelos, deixando aos historiadores e aos sociólogos a tarefa de interpretarem, com a objectividade possível, as grandes transformações sociais a que damos o nome de revoluções. O que a literatura investiga é de outra natureza: subjectivo, íntimo, ínfimo.» — Carlos Vaz MarquesTextos de: Mouna Abouissa, Golgona Anghel, Mário de Carvalho, Isabela Figueiredo, Jen George, Milan Kundera, Susana Moreira Marques, Rui Cardoso Martins, Pola Olaixarac, Andrei Platónov, João Tordo
Ensaio fotográfico de Alfredo Cunha
Ilustrações de Cristina Sampaio
Capa de André Carrilho
272 p.
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