OS AMANTES DOS TEMPOS MODERNOS - Claudine Monteil

Monteil, Claudine; 
Rosa, Joana (trad.) 
- OS AMANTES DOS TEMPOS MODERNOS
Colecção Os Amantes nº 4, 
Mem Martins: Inquérito, 2002.
219 p.; 23 cm - Brochado.
Bibliografia p.217-219.
Exemplar novo.
1ª edição
€15.00
Iva e portes incluídos.

HÁ 25 ANOS SEM CHAPLIN
A bengala irrequieta. O fato mal talhado. Os sapatos demasiado grandes. O chapéu demasiado pequeno. O bigodinho atrevido e tímido... Charlot vive, Chaplin não. Completam-se amanhã, Dia de Natal, 25 anos sobre a morte de um homem que detestava o Natal.
Não há memória biográfica de que não tenha odiado cada um dos 88 natais vividos... “Aquela abundância de papéis dourados e de fitas lembrava-lhe a divisão gelada de um prédio com águas-furtadas onde, durante os melhores anos da sua infância, ele e Sydney (o irmão) tinham direito a uma laranja”, do livro de Claudine Monteuil, numa edição recente da Inquérito.
E não podia ser mais oportuno o livro, ”Os Amantes dos Tempos Modernos”, quarto título de Os Amantes, colecção que a editora dedica aos grandes romances contemporâneos.
Depois de Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre, Franz Kafka e Milena Jesenká, Henry Miller e Anaïs Nin, chegou a vez de passar revista à história de venturas e desventuras que acabou por unir os destinos de Charles e Oona Chaplin.
Claudine Monteil, historiadora e autora de outro título da mesma colecção (“Os Amantes da Liberdade”, Sartre e Beauvoir), assina desta vez “Os Amantes dos Tempos Modernos”, título que se socorre do mais controverso dos filmes de Charlot (esta noite na RTP2), aí denunciando a miséria da condição operária, audácia que lhe valeu, de pronto, o título de “alvo a abater”...
“É nesse contexto de caça às bruxas, e depois de três casamentos infelizes, que Chaplin conhece Oona O’ Neil. Apesar da grande diferença de idades, é um caso de amor à primeira vista. Mesmo enfrentando a sociedade e a reprovação do pai de Oona, Eugene O’ Neil (escritor e prémio Nobel), casam-se e têm oito filhos. Na plenitude da sua glória Chaplin vê-se condenado ao exílio na Suíça, para onde é acompanhado pela sua família. Apesar de exilado Chaplin continua a trabalhar até à sua morte”, lê-se.
Filho de actores, nasceu em 1889, quatro anos depois do cinema e, não o tendo inventado, dotou-o de convicções humanistas e pacifistas, valores como a liberdade e a integridade, a tudo dando a forma de um vagabundo... Mas “O Vagabundo” estava a um ano do primeiro filme, “Ganhar a Vida” de 1914, o ano de todas as estreias, num total alucinante de 34. Entre os seus títulos mais embemáticos figuram “O Miúdo” (1921), “Luzes da Cidade ” (1931), “Tempos Modernos” (1936), “O Ditador” (1940) e “Luzes da Ribalta” (1952). - CM 24 de Dezembro de 2002