COMPILAÇÃO DAS REFLEXÕES DE SANCHES, PRINGLE, MONRO, VAN-SWIETEN, E OUTROS ÀCERCA DAS CAUSAS, PREVENÇÕES E REMEDIOS DAS DOENÇAS DOS EXERCITOS - Alexandre António das Neves
Neves, Alexandre António das (ed. lit.)
- COMPILAÇÃO DAS REFLEXÕES DE SANCHES,
PRINGLE, MONRO, VAN-SWIETEN, E OUTROS
ÀCERCA DAS CAUSAS, PREVENÇÕES E
REMEDIOS DAS DOENÇAS DOS EXERCITOS,
Lisboa: Typografia da Academia, 1797.
82, 3 p.; il.; 14,5 cm.
Capas em papel marmoreado antigo de maior expessura, lombada com falhas; carimbo no frontispício; miolo muito limpo e com alguns cadernos por abrir.
Pequeno manual de tratamentos para doenças gerais e doenças dos soldados por exposição, fadiga, dieta, doença, etc
Muito bom exemplar.
Raro.
1ª edição
€80.00 Vendido
Iva e portes incluídos.
(...)
No mesmo ano do Regulamento Económico para os Hospitais Militares de Sua Majestade Fidelíssima em tempo de Campanha, ou seja em 7 de Agosto de 1797 é publicada pela Academia Real das Ciências uma compilação, feita por Alexandre António das Neves, de reflexões de Sanches, Pringle, Monro, Van-Swieten acerca das causas, prevenções e remédios das doenças dos exércitos. Esta obra começa logo por fazer uma série de advertências (34) e entre elas uma é dirigida aos enfermeiros que não devem alterar as indicações do médico, nem serem indulgentes para com os enfermos. Estes autores referem que isto pode dificultar as curas, pois o enfermeiro ao referir sintomas que não existissem, podiam levar a que fosse administrado "remédio mais violento; ou haver-se tomado todo o remédio, (...) ou deu-se comida diferente da determinada, ou em maior quantidade (34 p. III).
Este livro abarca um capítulo sobre as causas das doenças dos militares, assim podemos verificar que a vida dos soldados em tempo de campanha, é muito diferente daquela que têm em tempo de paz. Começa logo por na maior parte das vezes não terem o abrigo de uma casa, dormirem em barracas e muitas vezes em cima da terra nua, "sendo fortuna o haver mato que lhes sirva para a cama, e mantas para se cobrirem" (34 p. 1). Por vezes a situação ainda é pior, pois após uma marcha feita debaixo de grande calor ou feita debaixo de grandes chuvadas ou ainda depois de terem atravessado um rio a vau, têm apenas uma árvore para descansar e passarem a noite. A juntar a esta situação, os soldados têm ainda por vezes de entrar logo em combate ou fazer de sentinela. A faxina é outra situação causadora de grandes males, pois a sua fadiga é muito grande, por exemplo quando "abrem fossos, e reparam as fortificações: quando o inimigo está à vista, não pára o trabalho, e de noite o descanso é amiúde interrompido com pegar em armas (34 p. 1). Sucede haver falta de víveres e outras vezes, nem sequer há tempo para a ingestão do alimento; em relação à água acontece haver alturas em que há falta ou a que se encontra não estar em condições para ser bebida. (...) - extraído de:
A MISSÃO E A ACÇÃO DOS ENFERMEIROS MILITARES PORTUGUESES (Da Guerra da Restauração à Grande Guerra) - Jorge Eurico Gonçalves de Sousa Ferreira (Tese apresentada à Universidade Católica Portuguesa para a obtenção do grau de doutor em Enfermagem, 2012)
ALEXANDRE ANTONIO DAS NEVES PORTUGAL, Bacharel formado nas faculdades de Leis e Philosophia pela Univ. de Coimbra, Socio e Guarda‑mór dos estabelecimentos litterarios da Acad. R. das Sc. por decreto de 5 de Novembro de 1791, Director da Junta da Direcção Litteraria da Imprensa Regia, e da Real Bibliotheca do Paço d’Ajuda, Provedor da Casa da Moeda, etc. etc. – N. em Lisboa a 7 d’Abril de 1763, sendo filho do Dr. José Antonio das Neves e de sua mulher D. Maria da Piedade: m. de apoplexia a 5 de Fevereiro de 1822. V. o seu Elogio historico por M. J. M. da Costa e Sá, inserto no tomo I. da 2.ª serie das Mem. da Acad. R. das Sc. parte II pag. XXIX e seguintes. – E.
153) Dissertação chymica sobre a flor d’Anil, na qual se mostra um novo methodo de a fazer com muito pouca despeza. Lisboa, na Off. de Simão Thaddeo Ferreira 1788. 8.o de 52 pag.
154) Compendio de reflexões de Sanches, Pringle, Monro, Van‑Swieten e outros, ácerca das causas, prevenções, e remedios das doenças dos exercitos. Lisboa na Typ. da Acad. R. das Sc. 1797. 12.º de XIV‑84 pag.
155) Memoria sobre a utilidade dos conhecimentos da chymica em quanto applicada á arte de construir edificios. Vem nas Mem. Econom. da Acad. R. das Sc., tom. III.
156) Apontamentos sobre as queimadas, em quanto prejudiciaes á agricultura. Nas ditas Mem. e no mesmo tomo.
Consta tambem ser d’elle a seguinte:
157) Advertencias dos meios que os particulares podem usar para preservar‑se da peste, conforme o que tem ensinado a experiencia, principalmente na peste de Marselha em 1721, e de Moscow em 1771. Compiladas por um socio da Acad. R. das Sc. Lisboa, na Typ. da mesma Acad. 179… 12.º – Segunda edição, a que se ajunta o opusculo de Thomás Alvares e Garcia de Salzedo sobre a peste de Lisboa de 1569. Ibi, na mesma Typ. 1801. 12.º de XI‑37‑VI‑68 pag. «Desejoso (como elle diz) de mostrar á Academia que fazia diligencia para estudar a lingua portugueza, e que esta não cedia ás outras em riqueza e elegancia, traduziu em verso, e offereceu à mesma Acad. a Esther de Racine» que deve existir inedita no archivo competente. Consta que tambem compilara e deixara prompta para se imprimir uma Collecção escolhida das melhores peças e passagens eloquentes do P. Antonio Vieira.
[Diccionario bibliographico portuguez, tomo 1]