ESTATUTOS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA (1559) - Serafim Leite


Leite, Serafim (pref.) 
- ESTATUTOS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA (1559)
Colecção Acta universitatis conimbrigensis, 
Coimbra: Por ordem da Universidade, 1963.
394, [3] p. ; 23 cm - Brochado.
Bibliografia, p. [9]-10
Introdução e notas históricas e críticas de Serafim Leite; assinatura de posse na parte inferior da página de guarda; todos os cadernos por abrir; miolo limpo.
Bom exemplar.
1ª edição
€16.00
Iva e portes incluídos.

Estatutos da Universidade de Coimbra (1559). Com introdução e notas históricas e crítica de Serafim Leite. Acta Universitatis Conimbrigensis, Coimbra, 1963. 394 págs.
A Acta Universitatis Conimbrigensis é uma coleção de obras das mais importantes que possui a cultura portuguêsa, sendo a seleção dos seus títulos da responsabilidade do Reitor da Universidade e dos professôres Manuel Lopes de Almeida e Alvaro J. da Costa . Pimpão, catedráticos da Faculdade de Letras daquela Universidade e dirigentes da Acta.
O conjunto de estudos históricos que publicou até agora é enriquecido sobremaneira com o lançamento dêstes Estatutos da Universidade de Coimbra (1559), cujo texto foi criticado e anotado pelo. padre Serafim Leite com aquela mesma erudição que sempre assinala os seus trabalhos. 
Ainda que corresponda a um período de decadência da Universidade de Coimbra, que se inicia com a morte de D. João III em, 1557 para só terminar com os novos Estatutos que lhe deu Pombal em 1772, quando então a preparação científica dos jovens brasileiros para lá remetidos ganhou notáveis resultados, o texto dos Estatutos, de 1559 não perdem em interêsse para o pesquisador brasileiro. É que Coimbra foi a maior responsável, durante pelo menos os nossos três primeiros séculos, pela formação de dezenas de brasileiros, que. conquistaram nível superior de ensino, vindo depois a assumir posições de destaque na administração, na economia, na religião, na. política, enfim na sociedade colonial e imperial do Brasil.
A importância de que se reveste o achado dêsse manuscrito é portanto grande, pois antes apenas se podia ter uma idéia do que.conteria ,através da conjectural identidade que devia guardar emrelação aos Estatutos da Universidade de Évora, então conhecidos, conforme a falsa suposição de Teófilo Braga na história que escreveu do estabelecimento conimbricense (v. pág. 15 da Introdução de Serafim Leite). Entretanto, pode-se verificar agora ser improcedènte tal identidade, dadas as discrepâncias existentes entre a lei orgânica de Évora e a de Coimbra.
O encôntro do documento foi feito pelo padre László Lukács quando investigava no Archivio di Stato, em Roma, sôbre as classes de Latim e Humanidade dos primeiros colégios jesuítas. Por não atender o interêsse específico de sua pesquisa, dêle se desinteressou, dando ao padre Serafim Leite a oportunidade de aproveitá-lo nesta edição. Trata-se de uma cópia do original, incluindo o Colégio das Artes (Curso de Artes apenas). Nesta edição fêz ainda o seu anotador que fôsse inserto o Testamento do Infante D. Henrique, datado da Vila do nfante em 13 de outubro de 1460, porque nêle estão contidas disposições perpétuas para a Faculdade de Teologia, que são por diversas vêzes referidas no texto principal dos Estatutos.
A Introdução que fêz o padre Serafim Leite compreende ligeiro histórico do surgimento da Universidade e do texto da sua lei orgânica, passando a destacar os trechos que correspondem ao Colégio das Artes, estudando a seguir a identificação, procedência e data do manuscrito, a importância que para êle teve o testamento do Infante D. Henrique, para afinal explicar o método crítico que orientou esta edição, .que é completada ainda por uma lista de abreviaturas e por bem elaborado índice Alfabético e Remissivo.
José Roberto do Amaral Lapa