[SIC] - Manuel de Freitas




Freitas, Manuel de 
- [SIC]
Colecção Poesia Inédita Portuguesa, 
Lisboa: Assírio & Alvim, 2002.
86, [1] p. : il. ; 23 cm - Brochado.
SINOPSE
Uma das mais recentes revelações na poesia portuguesa, Manuel de Freitas publica um novo livro, agora na Assírio & Alvim. Dividido em três momentos ("Horário de funcionamento"; "Consumo obrigatório" e "Livro de reclamações") este livro fala da vida e da morte (vida e morte também concretas, dos amigos), do quotidiano (os bares, os copos, os corpos; dealers, as margens), do amor e da amizade. Da solidão. E da poesia. Do mundo à nossa volta, o sufoco, "O inferno, aqui". [ SIC ]
Com uma lucidez por vezes cruel, irónica, esta é uma poesia nocturna, que nos absorve (sorve?), com várias referências literárias (não é a literatura "tão igual à vida" ?) e versos de "imponderável beleza". Veja-se o poema.
ALTA DEFINIÇÃO
[ para o Carlos Luís Bessa ]
Escombros, "coisas assim", a raiva
de todos os partidos
a adivinhar-se sem fulgor, murada.
Tristes evidências, triste
desobedecer. Na rua da Alegria
existe ainda uma taberna
com vista para as pombas
e os prédios muito em derrocada.
Que sei eu? Na televisão
resgatam corpos sem rosto
de um rio que não passou na minha infância.
O Inverno, como é sabido,
pode ser mortal. "Nós cobrimos
o acontecimento" - parabéns,
o horror em directo fica mais bonito.
Convido-te para um copo,
aqui onde tudo finda
- alegria nenhuma, débeis parras
de fingir. Se entardece
ou chove
já não sei falar.
Exemplar novo.
1ª edição
€12.00 Vendido
Iva e portes incluídos.

MMSARD