Pessoa, Fernando;
Naimova, Halima (pref.);
Galhoz, Maria Aliete (ed. lit.)
- CANÇÕES DE BEBER:
Ruba'iyat na obra de Fernando Pessoa,
Colecção Páginas de Fernando Pessoa nº 1,
Lisboa: Assírio & Alvim, 2003.
123, [3] p. : il. ; 21 cm - Brochado.
Bibliografia, p. 105-106
Sinopse
“Ao gozo segue a dor, e o gozo a esta.
Ora o vinho bebemos porque é festa,
Ora o vinho bebemos porque há dor.
Mas de um e de outro vinho nada resta”.
Afogam-se mágoas, mergulham-se dores, partilham-se alegrias, deixam-se as tristezas submersas, afundam-se amores nas bebidas tomadas nos cafés e nas tabernas de Lisboa ao fim da tarde, no começo do século XX.
Sente-se a melancolia de Pessoa nestes seus ruba’iyat, inspirados em Omar Khayyam (um matemático, filósofo e astrónomo persa que viveu entre 1048 e 1142 e fundou os ruba’iyat) e nos quais se observa o seu trabalho extraordinário na língua portuguesa, através do uso de formas métricas não habituais. Segundo Maria Aliete Galhoz, no prefácio a este livro, “A forma poética do ruba’iyat encerra uma métrica especial quantitativa, desconhecida na poesia árabe. O quarteto mede-se com a quantidade de sílabas (…) e não com o quantitativo de sílabas curtas e longas (...). Ainda hoje na poesia popular dos povos iranianos se usa o rubai”.
Esperemos que aprecie as amarguras do poeta, sempre insatisfeito com a vida, agora reveladas nestas Canções de beber: “Cada dia me traz que ‘sperar/ O que dia nenhum poderá dar./ Cada dia me cansa da ‘sperança…/ mas viver é ‘sperar e se cansar”.
Exemplar novo.
1ª edição
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