Gogol, Nikolai;
Guerra, Nina (trad.);
Guerra, Filipe (trad.)
- O CAPOTE,
Colecção Gato Maltês,
Lisboa: Assírio & Alvim, 2002.
76, [4] p. ; 19 cm - Brochado.
SINOPSE
O Capote foi terminado em 1841, em Roma, mas só saiu a lume no III volume das Obras de Gógol, em 1842. É um dos cinco textos do «ciclo petersburguense» — os outros são O Nariz, Diário de um Louco, Avenida Névski e O Retrato, todos já publicados nesta colecção. Em todos estes contos, Petersburgo — cidade artificial, desumana e cruel — é o catalisador da alienação dos anti-heróis deste ciclo de Gógol.
EXCERTOS
«O Capote é um texto inovador: contribuiu para a “invenção” da cidade “mais fantástica do mundo” (Dostoiévski) sem a qual não teriam sido possíveis as Petersburgos de Dostoiévski, Blok, Andrei Béli, Mandelstam, a Praga de Kafka, a Berlim de Benjamin, etc. A cidade onde os homúnculos frustrados e solitários de Gógol se perdem e perdem o que têm de mais íntimo (o nariz, o juízo, a identidade, o capote). É também um texto inovador na sua forma sacudida, na alternância de estilos contraditórios, nas hipérboles grotescas e, sobretudo, na assumpção da artificialidade da coisa escrita, na constante auto-ironia do que vai sendo escrito, criando uma distanciação ou uma ruptura do texto com o real cujo resultado é, contudo, uma estranha verosimilhança, uma aproximação do fantástico ao real (à falta de melhores palavras, um crítico russo chamou-lhe “fantasia sem fantástico”), da vida à morte, do escrito ao vivido. Em minha opinião, neste aspecto Gógol é ainda hoje inimitável.» Do Tradutor Filipe Guerra
Exemplar novo.
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