Barrento, João
- O POÇO DE BABEL:
para uma poética da tradução literária,
Colecção Antropos,
Lisboa: Relógio d'Água, 2002.
273, [4] p. ; 24 cm - Brochado.
SINOPSE
João Barrento é um dos nossos maiores tradutores e a ele devemos o conhecimento de um grande número de textos fundamentais da literatura de língua alemã. Professor da Universidade de Lisboa, ensaísta (no ano passado recebeu o Prémio para o Melhor Ensaio, com o seu livro "Espiral Vertiginosa"), JB há muitos anos que se dedica à tradução e a reflectir sobre ela. Este livro que agora surge é um importante ensaio sobre o acto de traduzir. Como ele explica:
" Todo o acto de traduzir remete para uma origem real e próxima - o original -, mas também para uma outra, mítica e metafórica, que tem sido vista, a um tempo, como pressuposto e como estigma de toda a tradução: o mito de Babel, a torre geradora de todas as diferenças entre as línguas e, com isso, da necessidade da tradução. Mas a metáfora da Torre, que implica uma noção de tradução fundada na diferença, não é a única. Em cada tradução escavamos ' o poço de Babel ' (a imagem vem de um aforismo de Kafka), e esse poço, uma espécie de descida aos infernos turvos da significação na língua-outra, é o caminho espiralado que teria como objectivo o reencontro com um estado pré-babélico e com aquele seu substrato adémico que aproxima todas as línguas. A metáfora do poço, diferentemente da da Torre, implica uma ideia de tradução como busca de uma profundidade, de raízes comuns, nos interstícios que ainda separam as línguas. A tradução nasce de um sonho insensato (o da Torre, com o seu preço e o seu fascínio) e faz-se como um trabalho arqueológico (a escavação de um poço). Mais do que um prolongamento ou uma extensão do outro, cada tradução seria então um passo na lenta implosão conjunta das línguas que coabitam o babélico edifício. Em última análise, um mergulho, uma morte que gera uma ressurreição, um acto de desejo, impossível e sempre repetido."
Excelente exemplar.
1ª edição
€13.00
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