OS BETTENCOURT: da Ilha da Madeira ao Planalto da Huíla - Jorge de Abreu Arrimar


Arrimar, Jorge de Abreu; 
Flores, Iva Vicente (revisor); 
Arrimar, Graça (revisor) 
– OS BETTENCOURT: 
da Ilha da Madeira ao Planalto da Huíla
Funchal: edição do autor, 1997. (Macau: -- Tip. Kok On Co)
338, [38] p. : il. ; 26 cm - Brochado.
Bibliografia, p. 335-338
Introdução
"O desenvolvimento do presente estudo teve várias motivações: saber quem eram as pessoas que, da Madeira, haviam demandado terras do Sudoeste de Angola, no Séc. XIX (no ano de 1884-85), tentando perceber e descrever a situação económico-social que se vivia na Madeira no período em que a deixaram e quais as condições que encontraram na terra onde se foram estabelecer e a luta que travaram para sobreviver em terra africana.
Na impossibilidade de fazer o levantamento da totalidade das famílias que integraram os dois grupos que formavam a Colónia Sá da Bandeira, constituída inicialmente por 424 pessoas, e, até ao final de 1885, por 428 pessoas, iniciámos o nosso estudo pela família Bettencourt, constituída por três membros: José António Bettencourt, marido; Maria Cristina Ferro, mulher; João Bettencourt, filho (9 anos). Como dissemos, esta escolha não foi arbitrária nem casual; dela também possuíamos mais elementos e um maior conhecimento, sobretudo das gerações angolanas. Confessamos, também, a nostalgia que nos moveu a iniciar um percurso em busca de raízes "agora que a terra negra / s'esvaiu do vaso / e as raízes balançam ao vento / uma dança moribunda que me desenraíza."
No decurso das sucessivas gerações angolanas da família aqui estudada, deixou de haver tempo, sequer vontade, de perguntar de onde vinham, quem eram, o que haviam feito e o que tinham sido os seus antepassados nas suas terras de origem. Enfim! Angola era (e é) uma terra imensa onde os pouco numerosos colonos madeirenses que demandaram [...]".
Excelente exemplar.
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1ª edição
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Jorge Manuel de Abreu Arrimar nasceu em S. Pedro da Chibia, no Planalto da Huíla, em Angola, a 14 de Junho de 1953. Após o ensino primário na sua terra natal, foi para o Lubango, onde fez o ensino secundário. Na década de 70 foi um dos fundadores do GRUCUHUÍLA (Grupo Cultural da Huíla) a dirigiu um suplemento literário no Jornal da Huíla, no qual publicou os seus primeiros poemas. Trabalhou com o prestigiado etnólogo do Sudoeste Angolano, Carlos Estermann, tendo sido deste a autoria do prefácio de Ovatyilongo (Gente da Terra), primeiro livro de poesia de Jorge Arrimar, publicado no Lubango, em 1975.
Na Faculdade de Letras da Universidade de Luanda iniciou os seus estudos superiores, tendo concluído a Licenciatura em História e a Especialização em Ciências Documentais em Portugal, para onde foi viver em Outubro de 1975.
Em S. Miguel, nos Açores, onde se radicou a partir de Janeiro de 1976, foi professor de Português a de História, tendo obtido a profissionalização na Escola Secundária Domingos Rebelo, em Ponta Delgada. Com Carlos Loureiro dirigiu um suplemento literário, intitulado "Página Africana" no jornal Açores a participou de tertúlias com Dias de Melo, Emanuel Jorge Botelho, Eduardo Bettencourt Pinto, Sidónio Bettencourt, Tavares de Melo, Luís Xarez, entre outros. Faz parte da antologia de poetas naturais a residentes nos Açores, intitulada Nós Palavras, ed. em 1979. A investigação na área da História Insular levou﷓o a publicar o livro Cinco Cronistas dos Açores: Subsídios para a Historiografa Açoriana, editado, em 1983, pelo Instituto Histórico da Ilha Terceira. Encontra-se a fazer, na Universidade dos Açores, o Doutoramento em História Contemporânea.
A sua obra de temática africana é referenciada na Bibliografia das Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa, da Gerald Moser a de Manuel Ferreira, a na revista África, sob a direcção deste último. Um dos seus livros, intitulado 20 Poemas de Savana, foi objecto da publicação 20 Poemas de Savana: Etnopoesia Angolana, da autoria de Maria da Conceição Vilhena. De temática angolana publicou os seguintes livros: Ovatyilongo, Lubango, 1975; Poemas, Ponta Delgada, 1979, 2ª ed. Macau, 1993 (de parceria com Eduardo Bettencourt Pinto); 20 Poemas de Savana, Ponta Delgada, 1981, 2á ed. Macau, 1994; Murilaonde, Macau, 1990 (poesia); Os Bettencourt: da Ilha da Madeira ao Planalto da Huíla, Funchal, 1997 (História); O Planalto dos Pássaros, Lisboa a Luanda, 2002 (Romance).
A partir de 1985, Jorge Arrimar passou a residir em Macau, tendo ali exercido o cargo de Director da Biblioteca Nacional/Central de Macau. Em 1992 publicou A Biblioteca Central de Macau, editado pelo Instituto Histórico de Macau. Entre 1990 e 1992 publicou dois livros de poesia: Fonte do Lilau a Secretos Sinais. Fez parte da Comissão Organizadora do I Encontro de Poetas de Macau, 1997. De parceria com o poeta chinês Yao Jingming, foi dado à estampa o livro de poesia, intitulado Confluências, em 1997, a Antologia de Poetas de Macau (de línguas Portuguesa a Chinesa), em 1998. Foi agraciado com a Medalha de Mérito Cultural pelo Governador de Macau.
É colaborador do Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, ed. pelo Instituto da Biblioteca Nacional a do Livro; Dicionário de História de Macau, a ed. pela Universidade de Macau; Dicionário temático da Lusofonia, a ed. pelo Instituto Camões. - fonte: Centro de Formação de Professores

Genealogia, Angola, Madeira, Jorge de Abreu Arrimar